Monday, February 05, 2007

asSIM NÃO pode ser!!!



Como qualquer cidadão, também eu não posso deixar de ter uma opinião sobre este assunto tão controverso que é o aborto, mesmo correndo o risco de esta ser erradamente interpretada como demasiado conservadora. Ainda mais quando falta menos de uma semana para este ser referendado em Portugal.

Este é o pais que se diz em modernização e em que todos os modernismos e outros “ismos”, raramente se traduzem em coisa alguma.
Embalado pelo “choque” que passou a plano tecnológico, o país entra agora numa era de modernização onde até a sociedade tem que se mostrar renovada…
Um pouco por toda a Europa procura dar-se uma imagem vanguardista. No Reino Unido aprovaram-se as uniões de facto entre pessoas do mesmo sexo, como posteriormente em Espanha.
Seguiu-se a badalada lei anti-tabaco que proíbe que se fume em locais públicos e locais de lazer como é o caso de bares e discotecas. Itália já a implementou…
Esta sim seria uma medida que a longo prazo pouparia milhares de euros ao estado em serviços de saúde. A maior parte dos adolescentes começa por fumar socialmente em discotecas ou bares, normalmente sempre em consequência de uns copos bem bebidos.. Ora, se não se puder fumar nestes espaços, muito menos gente será tentada a experimentar esta sensação, logo a probabilidade de se ganhar tal dependência é muito menor.
Mas não me quero alargar muito mais sobre este assunto porque não é disso que se pretende falar…

No entanto, no que respeita a nós portugueses, todas estas reformas supostamente liberais põem a descoberto uma enorme falta de coragem política deste governo em reformar áreas que não se traduzam num encaixe financeiro imediato para o cofre das finanças…Mais uma vez, governa-se para a legislatura e não para os portugueses.

De facto, há que lembrar que nenhum referendo que se faça em Portugal é de carácter vinculativo, face à nossa constituição. E se neste caso concreto o Governo tiver mesmo interesse em alterar a lei de interrupção voluntária da gravidez(IVG), só tem que elaborar um novo decreto-lei, submete-lo a discussão na a Assembleia da república, aprová-lo pela maioria e depois esperar pela sua promulgação por parte do Presidente da república.
Muito mais simples… poupava o latim aos padres (conservadores por natureza) na igreja, poupava tempo aos movimentos a favor ou contra e acima de tudo poupava os milhares de contos gastos na campanha do referendo e em subsídios aos representantes das mesas de voto espalhadas por todo o país.

Mas não… mais uma vez passou-se a batata quente aos cidadãos que decidem levar a questão muito a sério porque se trata de fazer deste um pais mais liberal, dando a sensação que estamos mais preocupados na aprovação incondicional da liberalização que nas consequências implícitas de tal decisão.

Recentes declarações do nosso Primeiro Ministro não vêm ajudar em nada a decisão livre dos portugueses. Quando alguém vem a publico dizer que caso o Não ganhe não se mexe na Lei pode ser interpretado como um ultimato para apanhar o comboio do SIM liberalizante.

-Num país moderno, as políticas sociais são levadas tão a sério como as economicistas.

-Num país a sério, em vez de se dar peixe a quem não tem que comer, dá-se uma cana e ensina-se a pescar (velho ditado chinês).

-Num país da linha da frente, o planeamento familiar é levado a sério

-Num país responsável, os fundos para subsídios da preguiça dão-se para ajudar a criar os filhos dos mais carenciados. (talvez muito menos pessoas considerassem o aborto)

-Num país que vê as pessoas como tal onde cada um conta e não como meros números estatísticos, existe uma assistência social atenta aos casos de degradação com aconselhamento psicológico e reinserção social.

-Num país virado para as causas, todas as situações excepcionais são devidamente identificadas e têm um tratamento adequado, sendo por isso minoritárias … a maioria da população tem formação cívica, acesso à informação, cultura e bom senso suficientes para prevenir uma interrupção voluntária da VIDA salvo nos casos excepcionais.

-Num pais onde os governantes governam, não se escolhem os caminhos mais fáceis… O direito à vida de cada um não está dependente dos SINS e dos NAOS, mas de todo um conjunto de medidas sustentadas de incentivo à natalidade que em ultima análise reduzem os casos de IVG.

Pois bem, a esta atitude ridícula do governo eu digo NÃO, a este decreto-lei agora referendado eu digo NÃO… aos apoiantes incondicionais do liberalismo só porque é a tendência da moda eu digo NÃO.
Falha a pílula, rasga o preservativo, o diafragma ficou mal posto… A pílula do dia seguinte era para “ontem” ou já se tomou em situações anteriores e pode constituir um caso de risco para a saúde da mulher e causar infertilidade irreversível.. Então passe-se para o aborto. A esta rotina eu digo NÃO.. um NÃO responsável.
A uma legislação aprovada pelo governo que tenha em conta não só a despenalização, e uma interrupção voluntária da gravidez por responsabilização colectiva de médicos, psicólogos, assistentes sociais e decisão final da mãe portadora… a uma decisão bem ponderada e responsável eu digo SIIIIIIIIMMMMM… avance-se então com a despenalização do aborto.

P.S:.. Num pais civilizado as pessoas têm que respeitar as opiniões dos outros porque vivemos em democracia e as pessoas são livres de opinar, por isso se tiverem uma opinião discordante da minha, manifestem-se as vozes discordantes PORRA!!!

a fundamentar o meu pnto de vista...


1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

A minha única pergunta para os apologistas do NÃO é: Sentem-se no direito de decidir por alguém??? Quero com isto dizer que se votarem NÃO estarão a decidir pelas outras pessoas, se votarem SIM, cada pessoa terá o direito de decidir por si mesma!
Eu também não sou a favor do aborto, mas sou sim a favor da liberalização deste, pois não me sinto no direito de decidir por outras pessoas!
Pensem nisso!

Susana Costa

7:04 AM  

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